Caso Maristela


Hoje assisti a uma reportagem que me deixou indignada. Em Pernambuco, mais precisamente no ano de 1989, José Ramos se trancou em um quarto com a mulher Maristela e seus dois filhos, Zaldo e Nathália. Ele sacou uma arma e atirou na mulher e nas crianças. Maristela faleceu, Zaldo esteve na UTI e teve o lado esquerdo do corpo parcialmente paralisado, Nathália foi atingida no peito mas também sobreviveu.
O fato é que este crime hediondo está há 21 anos para ser julgado! No entanto, a justiça brasileira adiou mais uma vez a audiência, que agora tem data prevista para dia 01 de Junho. É perturbador ver o sofrimento dos irmãos, nada vai trazer de volta o que lhes foi tirado, tiveram um trauma muito grande ainda na infância e tudo o que eles precisam no momento é saber que o "pai" irá pagar pelo ato mostruoso que cometeu. O que não entendo, é como um caso de repercussão nacional, possa ter sido tão desconsiderado na justiça.
Em um dado momento, o pai do assassino fala que a atitude do filho foi justificável e que se José não tivesse assassinado a esposa, certamente não comeria mais em sua mesa. O detalhe: o pai de José é advogado.
Pernambuco sempre se apresentou como um cenário onde a honra estava acima de tudo, lá as coisas são resolvidas por vias extremas, entretanto, devemos observar que estamos no ano de 2010, é imprescindível que o ser humano evolua, estes atos de selvageria e de "lavagem da honra" não devem mais ser tolerados. As vezes me pego a pensar... Estaremos nós, voltando ao paleolítico?