Oração do livre arbítrio

Senhor, hoje estou aqui para ratificar meu respeito e amor por ti, agradeço-lhe a dádiva do livre arbítrio, a qual faço jus de maneira coerente.
Peço que ilumine a mente de meus irmãos para que eles não tornem a interferir em minhas decisões julgando-me e cingindo meu pescoço com o laço da escravidão.
Que cada pessoa tenha atenção e responsabilidade pelo que lhe compete, deixando de lado o conselho imponente delegado aos “supostos desgarrados”.
Não  existem títulos que superem a condição fraternal, sonho com o retorno às raízes, de maneira que os iguais se reconheçam e se respeitem.
Desejo que onde bater o sol, brote nos indivíduos o sentimento de empatia, que a cumplicidade não seja eventual e sim tão natural quanto a pulsação.
Transforme a consciência dos irmãos, faça-os reconhecer que colonizar o semelhante não os fará mais puros.
Que as mentes não se limitem com dogmas arcaicos, e sim estejam abertas ao novo, valorizando o espiritual e o científico.
Seja o orgânico (fruto do teu planejamento) feroz na defesa da imagem similar, buscando consolidar relações focadas na reciprocidade.
Que todo joelho ao dobrar, o faça com humildade carregando na lembrança que não há demais reis a não ser o Senhor.

Circo Brasil

Certamente as eleições do ano de 2010 ficarão marcadas na história. Devido à política exótica de nosso país, ganhamos visibilidade a nível internacional com a eleição de um palhaço ao congresso. Primeiramente questiono o motivo de candidaturas tão patéticas serem lançadas na política nacional, tanto que qualquer infeliz se encontra apto a concorrer na disputa por um cargo sério. Acredito que o erro já inicia ao permitir que pessoas sem o mínimo de condições se coloquem na corrida eleitoral, a própria lei deveria vetar este tipo de ação, estipulando critérios coerentes para que um candidato possa concorrer.
Há quem diga que a vitória de Tiririca com 1,3 milhões de votos seja um protesto dos brasileiros, que se sentem  verdadeiros palhaços com as atitudes de alguns políticos. Entretanto existem maneiras mais plausíveis de se protestar. Por que o povo brasileiro não sai às ruas para protestar? Ninguém nunca se reúne para gritar em praça pública, enquanto em outros países, multidões se rebelam contra as injustiças sociais. O povo escolheu a maneira mais bizarra para se indignar e isso terá conseqüências, tanto que já estamos colhendo os “frutos” desta tolice: Tiririca levará ao congresso mais 3 colegas de partido pois obteve uma quantidade significativa de votos, tem-se assim o famoso quociente eleitoral.
Percebe-se quão maquiavélica se encontra  a estratégia dos partidos ao selecionar um indivíduo folclórico, que chama a atenção das massas pouco instruídas. O PR utilizou com grande maestria a sua “marionete” para manipular a população. Outros partidos já exercem esta tática, alavancando fortes candidatos como Danrlei, Romário, Jean (BBB 5), figuras da mídia impregnadas com sanguessugas que serão chacoalhadas de seus corpos nas cadeiras confortáveis do poder.  A frase de Maquiavel desce amargamente por minha garganta... “os fins justificam os meios...”
A situação política do Brasil está cada vez mais caótica, nos tornamos o “Big Brother” mundial, onde as outras nações ligam seus televisores para rirem de nossa cara.
Espero que um dia a nação se reformule totalmente, que não existam mais injustiças sociais e econômicas. Quero que a população enxergue seu “berço esplêndido” com seriedade e responsabilidade, deixando de lado boicotes kamikazes.

Atitudes extremas no trato com animais

Todos que me conhecem sabem do imenso amor que sinto pelos animais, até mesmo minha última postagem fala um pouco a respeito. Entretanto utilizarei esse texto para tratar de um assunto que vem me preocupando um pouco. Freqüentemente recebo mensagens com apelos contra maus tratos a animais, pedidos de adoção, doação de rações e medicamentos, entre outros. Acho bacana divulgar e ajudar da maneira que for possível, só que percebo que diversas pessoas levam a causa ao extremo, alegando dar mais valor a um animal do que a um ser humano. Claro que notícias de maus tratos deixam vários indivíduos indignados, muitos desejam a morte do agressor, quem nunca pensou assim? Só que ao propagar o ódio que se viu protagonizado contra o animal, não seria uma forma de se igualar ao agressor deste? A raiva que se manifestará no coração será a mesma.
Estes dias recebi uma mensagem que me chocou, havia uma foto de uma criança moradora de rua deitada com um cachorro ao relento. A frase dizia: “adote um animal”. Sinceramente achei a postagem de extremo mau gosto, pra não dizer monstruosa. Será que ninguém percebeu que aquele ser humano da foto precisava de ajuda também? Gostaria que o amor aos animais não deixasse as pessoas cegas nem insensíveis aos seus semelhantes. Existem muitas pessoas boas que também merecem atenção.
Há lugar para muitos atos de compaixão neste mundo e todos devem sair beneficiados, tanto seres humanos como animais.

Chapeuzinho vermelho diabólica

Semana passada chegou à mídia uma cena atormentadora. Uma adolescente habitante da Croácia foi até a beira de um rio levando consigo um balde com seis filhotes de cachorro, ela arremessou um a um os filhotes no rio, enquanto era filmada por um amigo.
As imagens perturbam... é como se toda a paisagem, árvores, rio tomassem um ar sombrio. Aquilo tudo incomodou muito, acaba com o dia de qualquer pessoa.
Considero os animais como uma espécie de “termômetro” e a relação que os seres humanos têm com eles geralmente expõe o tipo de índole que possui aquela pessoa.
A postura atual de determinados jovens me assusta, acredito que Deus esteja com um sério problema em sua linha de produção, mais especificamente no departamento de corações para ter de mandar à Terra seres humanos assim.
Parece que tudo perde a importância para os indivíduos cada vez mais cedo. O primordial é ter visibilidade, não importa como. Talvez um dia alguém decida assassinar seus pais e filmar para postar na internet.
Sinceramente não sei até onde isso tudo vai chegar, é deprimente viver em uma sociedade que possui valores corrompidos.
A única coisa que consigo pensar no momento é que o que a menina jogou no rio, não foram cachorrinhos, mas sua alma.

A ignorância do povo brasileiro


É com grande tristeza que posto uma crítica ao povo brasileiro, o Brasil possui uma boa estrutura e poderia sim ser desenvolvido se não fosse a estagnação e falta de interesse de seu povo. Fácil mesmo é culpar os políticos na hora que as coisas não correm bem, sim eles tem sua parcela de culpa, mas e quanto aos “cidadãos”? Patriotismo via osmose não fará este país crescer. Falta responsabilidade, engajamento e instrução para este povo. Citarei um fato real para dar base à minha crítica.
Neste mês fui contratada como recenseadora do IBGE. Não é um mal serviço, apesar de temporário vou ter uma remuneração, nenhum valor exorbitante mas já paga algumas inscrições para concursos e compra de material para estudo.
O que me incomoda não é o fato de as pessoas não se encontrarem presentes, mas sim a ignorância e falta de educação de muitas delas. Ressalto que não é minha intenção generalizar, mas uma boa parte da população não sabe o que é o Censo demográfico e para que serve. No entanto sabem da vida dos personagens da novela das 20:00 e o nome de cada um deles.
Bom, aos mentecaptos que acreditam que o IBGE possui convênio com o Imposto de Renda, podem ficar tranqüilos, o que todos os recenseadores estão cansados de dizer em todos os domicílios é que as informações são sigilosas, serão utilizadas a nível de estatística, porém os incrédulos não sabem o que é estatística.
Estatística é uma pesquisa, no intuito de formular uma base de dados para termos conhecimento do andamento de uma situação. Ex.: Estatísticas mostram que a pobreza está diminuindo no país.
E como chegar até dados como estes, meus queridos noveleiros? Através de questionários que são aplicados à população, no intuito de coletar informações imprescindíveis para nivelar a situação atual. Entretanto, a negação dos moradores a prestar seus dados deixará o resultado final um tanto descaracterizado.
Pense comigo pobre e ingênua nação, o que é um país sem informações primordiais? No mínimo uma grande extensão de terra sem identidade própria. A grande importância da coleta de dados é que a pátria pode se situar e se organizar, tendo a plena certeza de como vai sua população a nível social, econômico (por isso a tão temida pergunta sobre a renda mensal), educacional (que engloba níveis de escolaridade), entre outros aspectos que influenciarão a constituição total do Brasil, sendo de grande relevância o planejamento de políticas públicas, que englobam necessidades primordiais para o desenvolvimento da sociedade. Nestas políticas podemos citar a busca por melhorias no transporte público, projetos de inserção no mercado de trabalho, questões relacionadas à saúde e por aí vai.
Ao contrário do que muitos pensam, o Censo não serve somente para contar quantas pessoas existem no país, vai muito além, mas para que se possa ter um retrato fiel do território nacional, é necessária a colaboração de todas as pessoas. No entanto não é o que acontece pois preferem se negar.
Infelizmente boa parte do povo é alienado, não sabe onde está e mal conhece o funcionamento de determinadas questões. Não adianta colocar a culpa de tudo na escola, pois ela não supre todas as necessidades de um ser humano, a pessoa tem autonomia para buscar conhecimento, portanto, falta de informação é opcional.
É triste perceber que no ano de 2010 ainda existem tantas pessoas arraigadas ao período medieval. Todos a espera do movimento alheio, impotentes perante o próprio ato omisso.

Espiritualidade banalizada


Durante todo o seu tempo de existência, não excluindo os dias de hoje, o ser humano teve necessidade de acolhimento espiritual. A presença de Deus, em suas variadas formas, energias positivas, meditação, entre outras vivências existenciais marcaram o homem, instigaram sua curiosidade e busca por diferentes elementos de luz.
Entretanto, essa sede por descobertas gerou alguns excessos, aproximando as pessoas da alienação. Diante dessa situação, surgiram diversos gurus, guias, mediadores e outras “denominações” que perpetuam pseudo-crenças, com a promessa de conceder paz e fazer com que o indivíduo encontre o autoconhecimento.
Não é difícil receber convites por panfletos ou via e-mail, de encontros promovidos pela “Ordem X”, para saudar a chegada da “primavera estelar” ou invocar o espírito do “Elfo flamejante”. Esses convites evidenciam em seu conteúdo, um valor simbólico para a participação do “irmão”, que pode ser de R$80,00 ou R$200,00, a contribuição vai de acordo com o que o participante sentir no coração (coração capitalista esse hein?). Quem não lembra do pilantra Walter Mercado? Cujo sobrenome denunciava suas reais intenções.
Procurar uma crença alternativa, não é um erro, contudo, deve-se estar atento para não cair na conversa de vigaristas. É preciso ser coerente, buscar um embasamento objetivo e verificar se aquela crença ou teoria, possui relevância de fato.

A difícil integração grupal


Na intenção de proporcionar uma integração homogênea da turma, o professor sempre propôs trabalhos em grupo. Seja pesquisa, resenha, Power point ou o qualquer outra atividade, o mestre considera de suma importância, que seus alunos se integrem, misturando suas culturas, pensamentos, idéias e colocações em um caldeirão onde o prato final pode não sair como manda a receita.
O que não é levado em consideração, é que o desejo da união coletiva, não parte de todos, portanto, existe a obrigação de se estar atrelado a um determinado grupo, sendo ele em sua totalidade, uma mescla de infinitas personalidades, o que pode causar embates por uma série de motivos que eu gostaria de enumerar.
Um fato consistente sobre a atuação grupal é que nem todos demonstram interesse acerca da tarefa proposta, o que gera atitudes como descaso, atuação relapsa, entre outros aspectos.
A responsabilidade infelizmente não é uma qualidade de todos, sendo assim, é comum que um ou mais colegas fiquem sobrecarregados com tarefas que não lhes pertenciam.
Sempre haverá o pró-ativo e o inativo (bem mais comum), que deverão conviver até a conclusão do tão importante trabalho. Devido a essas naturezas diferenciadas, os conflitos vêm a tona, de maneira que cada indivíduo alimenta a ilusão de que pode modificar o outro, ou até mesmo incutir sua opinião na mente alheia.
Nem todo ser humano possui a habilidade de ceder, sendo assim, é possível que ocorra uma tentativa de dominância e manipulação entre os colegas.
Outra questão relevante é: como avaliar o aluno em sua individualidade, quando este está inserido em um grupo? Quais são os quesitos que o professor utiliza para analisar o desempenho, a criatividade e o raciocínio do educando por si só? Acredito que o desenvolvimento pleno do estudante ocorre quando ele se encontra focado individualmente em suas tarefas.
Até hoje, jamais vi um grupo onde a interação se desse de modo eficaz, as atividades são distribuídas igualmente para que sejam geridas por atuações desiguais.
Sei que a reunião com os colegas representa algo importante para a execução de determinado desígnio, mas a cultura apresentada pela sociedade atual, prega a individualidade e todos absorveram esse conceito por completo.
Portanto, antes de se desenvolver trabalhos coletivos, é necessário que o grupo seja imerso em uma abordagem pedagógica que institua sentimentos e atitudes de cooperação, empatia, humildade, participação, etc. Os professores deveriam trabalhar suas turmas e ressaltar esses valores antes de propor a tarefa oficial ao grupo. Os seres humanos necessitam ser preparados psicologicamente para interagirem juntos e essa questão deve ser estudada com mais atenção por parte dos mestres.

A vida hoje


Este mês estive a avaliar os últimos acontecimentos... Bom, fazem exatamente três anos que minha principal atividade tem sido o estudo (lembrando alguns mergulhos no mercado profissional informal), sendo assim, posso discutir, história, ciência, política, atualidades, literatura, entre outros fenômenos informativos, porém tenho poucas experiências de contato social prático, tamanha a clausura que criei para obter um raciocino aprimorado.
Certa vez minha professora comentou que “quem quer muito, precisa fazer muito”. Realmente ela tem razão, em um país onde as oportunidades são escassas, necessito me manter à frente de uma maioria estagnada que vibra ao início do Big Brother.
Hoje em dia, conquistar um objetivo tornou-se uma tarefa árdua. A persistência virou sinônimo de masoquismo... dadas as circunstâncias, somente insanos buscam o progresso.
Percebo com profunda tristeza, o desinteresse das pessoas pela batalha, pela reivindicação, o amor próprio se foi, mas não é só... quem luta é ignorado, em uma sociedade onde baixar a cabeça é padrão.
Eu penso tanto... não sei aonde todo o meu esforço me levará, mas nem tudo o que farei será exclusivamente para mim. Quero poder despertar mentes, não bancando a dona da verdade, mas criando reflexão, ressuscitando ideais alheios. Existem diversos iluministas vivos, misturados ao lodo que se transformou boa parte da nação.
Mantenho a esperança de que muitas pessoas descubram sua verdadeira essência, deixando de ser escravas das circunstâncias, se superando e vivenciando intensos processos de mutação.

Proibido educar


Volto novamente com uma pauta política, não é um de meus assuntos favoritos, mas é impossível ficar inerte perante ao que o governo tem apresentado ultimamente. Há alguns dias houve a façanha de aprovarem o Estatuto da “igualdade” racial (com a sábia intervenção do Senador Demóstenes Torres – DEM, ao intervir em determinados tópicos, para que esse dissimulado Estatuto, não viesse à tona em sua totalidade), entretanto o congresso presenteou os cidadãos com mais uma disparidade, comemorando os 20 anos do ECA, surge então a lei que abole o castigo físico infantil, ou seja, a velha “palmada” não fará mais parte da educação das crianças.
Com tantos aspectos importantes a serem considerados e priorizados nesse país, o que faz o governo intrometer-se na educação dos pequenos? Sinceramente, jamais aceitaria que uma criança fosse espancada, mas um tapinha de advertência impõe limite às mais ousadas. O que o presidente não compreende é que nem toda criança está apta para um diálogo, existem diversas faixas etárias que não têm entendimento para ouvir um “sermão”.
A sociedade já se encontra contaminada por pais comandados pelos filhos, tamanha a sua falta de autoridade, quem dirá agora, progenitores privados de seu pleno poder... absurdo no mínimo.
Falta firmeza nesse país, se adotou como oficial, a pedagogia Laissez-faire. Dar uma palmada, não é ser violento, mas responsável ao limitar uma criança saliente.
A educação é proporcionada desde cedo aos indivíduos e o quadro dos tempos de hoje é assustador. Menores cometem delitos monstruosos e não são punidos corretamente. Agora é solicitado que se afrouxe as cordas ainda mais cedo, na tenra infância. Diante desse descaso, me apavoro ao imaginar daqui a algum tempo, crianças comandando o tráfico nas favelas. Exagero? Talvez uma breve prévia do que se espera de um país que converte pedagogia em supressão da orientação familiar sadia.

Da razão a expressão


Chego a mais um final de semestre e a sensação é de ter recebido outro tijolo para acrescentar à minha construção. Percebo que a cada palavra dita, texto lido, conversas trocadas, pesquisas, práticas, descobertas e experiências novas, me encontro em um elevado nível onde jamais imaginava estar. Falo não somente de conhecimento técnico, mas de uma ampla gama de diversificações somadas à possibilidades de mudanças e escolhas que podem ser transfiguradas a qualquer momento. Adquiri foco, considerei possibilidades, e mesmo não tendo noção sobre uma nova tarefa, percorro o caminho de maneira inovadora. Aprendi que nada é imutável e que não existem poucos detentores de conhecimento. Há diversas formas de se escrever um texto, conversar, gesticular, atuar e até mesmo tomar decisões importantes. Por mais que o ser humano se considere fraco, ele pode se reinventar a qualquer momento, rabisca-se, apaga-se e novamente a missão recomeça.
A faculdade tem me proporcionado este nicho, onde me encaixo e busco novos questionamentos constantemente, e mesmo quando não obtenho respostas, uma boa parte do quebra cabeças já se encontra montado. Descobri através da arte da dança (lembrando que toda a arte traz ao indivíduo descobertas, de maneira que ele se realiza integralmente através do estímulo criativo) que nenhum corpo é fechado, não importa que suas portas se encontrem um tanto enferrujadas, sempre existe uma chave. A fluência orgânica, carnal, óssea, que vários indivíduos deixaram de considerar ou nunca refletiram sobre, é algo precioso, de maneira que se deve estar atento aos sons, cheiros, visões, para que se possa estar realmente vivendo, existindo em uma Terra repleta de significados.
Existe uma dormência no ser humano, seja no biológico ou intelectual, a curiosidade se mostra ofuscada pelo retrato da futilidade e alienação. Ninguém mais procura pelo conteúdo que se encontra ao alcance de todos. Diversas pessoas se encontram neste estado, como se seu desenvolvimento embrionário, tivesse sido substituído por maturação em abiogênese, de forma que estes indivíduos brotam do processo massivo de uma “sociedade padrão”.
Tenho me encontrado a cada dia, e o ensino superior, juntamente com o acesso a conteúdos magníficos e pessoas com visão, tem cooperado muito para isso. Obtive uma mudança de vida, de conceitos, me sinto realmente outra pessoa. Os erros e as quedas foram importantes nesse processo e percebi que as pessoas mais arrogantes que conheci, por incrível que pareça, me constituíram base para meu crescimento.
O mundo é engraçado, a vida é engraçada... Não me sinto especial por nenhuma palavra citada aqui, apenas levo comigo a sensação de domínio acerca de minha própria vida. Hoje possuo autoconhecimento e compreensão do que se apresenta ao meu redor. Neste processo, memórias e vivências são indispensáveis, entretanto a chegada não é o fundamental, mas sim a experiência do trajeto.

Sobre o Mobbing e seus efeitos


O assédio moral, mais conhecido como Mobbing, é um problema visto em diversas empresas, porém não é uma questão recente, e não parte mais exclusivamente do chefe. Infelizmente essa moléstia perdura no ambiente coorporativo, desestruturando mente e saúde dos funcionários contemplados pela hostilidade de colegas incapazes, seres humanos desprezíveis que repudiam o sucesso alheio.
Tudo inicia com a chegada de um novo parceiro de trabalho, geralmente uma pessoa com visão, sensibilidade e inteligência emocional bem desenvolvida. Ele desperta receio naqueles que adormecem na estagnação, e logo começa a ser intimidado por essa tropa de dissimulados.
Muitas vezes o individuo é premiado com apelidos “carinhosos”, os quais são concedidos pelo grupo no intuito de “integrar” o colega. Quando há uma manifestação contrária da vítima, ela é taxada de antissocial, mal-humorada e ainda precisa ouvir frases do tipo: “Puxa colega, você não sabe o que é uma brincadeira? Achei que você fosse mais espirituoso!”
A situação começa a se transformar em uma bola de neve. Em diferentes níveis o indivíduo é mutilado pela sequência de provações promovida pelos companheiros de trabalho. Não há mais paz e a falta de respeito impera sutilmente. O holocausto termina quando a vítima pede demissão, então tudo volta ao “normal”.
É inadmissível seres humanos projetarem a violência infanto-juvenil das escolas no ambiente de trabalho. Os superiores devem estar atentos ao Mobbing e não deixar que esse câncer se alastre pela empresa, as leis também devem ser mais enérgicas na punição de torturadores psicológicos.
Cada vez mais a humanidade vem focando em seu próprio ego, de maneira que não há uma consciência de consideração para com o coletivo. O mundo está disperso e em processo constante de seleção natural. Entretanto, na utopia dos mais otimistas, haverá em um futuro longínquo, uma relação de protocooperação entre os homens.

Igualdade racial ou supremacia negra?



Esta semana foi aprovado no Senado Federal, o Estatuto da “Igualdade racial”. Este documento eleva as reivindicações da população afro-brasileira, buscando sua melhor integração social.
Entretanto, alguns tópicos deste Estatuto, podem deixar algumas pessoas pensativas, pois apresentam características de quem almeja muito mais do que uma simples inclusão na sociedade brasileira.
É interessante verificar que o termo “igualdade” soa um tanto distorcido em determinados artigos do projeto. O fato de dispor uma série de direitos à população negra, no intuito de torná-la equivalente entre os demais indivíduos, adquire nuances de diferenciação.
Das questões estabelecidas no documento, prevalece o uso de ratificações acerca da obrigatoriedade da definição de raças. Tanto em cadastros elaborados pelo SUS, como em registros administrativos encaminhados aos empregadores, é colocado como algo de suma importância, a distinção de etnias. Lembrando que alguns tópicos foram vetados pelo Senado Federal, dentre eles, este parágrafo mencionado.
Uma citação delicada do Estatuto, vetada também, consiste na reserva de cotas para afro-brasileiros no mercado de trabalho. A empresa que mantivesse em seu quadro de funcionários, 20% de empregados negros, seria contemplada com incentivos fiscais. No entanto, as Companhias (com visão puramente capitalista) demitiriam seus funcionários brancos, na intenção de serem “solidárias” à causa afro-brasileira.
Toda ação, leva a uma reação e todo ato tem sua conseqüência. Acredito que o ser humano deve lutar por seus direitos, mas mantendo o equilíbrio harmônico que rege a sociedade. De que adianta buscar alternativas, cujas soluções acarretarão em segregação? Chega de alimentar a mágoa do que ocorreu no passado. O futuro da nação deve ser construído de maneira igualitária e para isso devemos caminhar todos juntos, em busca de uma existência melhor.

Luciano Tavares: Pseudo-arte ou falta de visão?


Através deste texto, posso ser condenada por expressar minha opinião, mas existem fatos que não me permitem calar.
É possível perceber que os tempos mudaram, muitas coisas evoluíram e nada mais se parece com o que já foi antes, de maneira que essas modificações se estendem por diversas áreas. Mas falando especificamente da dança, o ser humano vem perdendo (ou nem sempre consegue manter) sua criatividade. Existem alguns "artistas" que têm levado seus estudos e experimentos por um lado sombrio, onde habita a incoerência do ser.
Perdeu-se o senso da realidade, confunde-se alienação com abstração e esses enfermos (artistas) levam aos palcos o fruto da sua errônea concepção.
Certa feita pude "prestigiar" a apresentação do bailarino Luciano Tavares, o qual me presenteou com seu solo pseudo-contemporâneo de uma infância nostálgica, ao pular sapata e catar alguns brinquedinhos do chão. Coloco-me a pensar, o que faz um indivíduo confundir arte com uma mera reprodução ludopedagógica?
Não quero ser comparada à Monteiro Lobato em sua crítica à Anita Malfatti, até porque Anita fez um aprimorado estudo sobre cores, luz, sombreamento, figura fundo, mostrando direcionamento em sua questão artística.
Existe uma certa ingenuidade por parte do artista ao pressupor que o público absorverá avidamente o bolo fecal exposto nos palcos.
Se Luciano Tavares possuía uma idéia, certamente não se fez entender da maneira que planejava.
As pessoas não merecem qualquer coisa feita de qualquer forma. Uma boa parte da sociedade é interessada, pensante, possui senso crítico, deve ser valorizada e respeitada pelos conteúdos a ela direcionados.
A arte deve sim evoluir, resgatando a essência antiga dos passos daqueles que ansiavam por retratar com perfeição, a sublime beleza que os cercava.

Caso Maristela


Hoje assisti a uma reportagem que me deixou indignada. Em Pernambuco, mais precisamente no ano de 1989, José Ramos se trancou em um quarto com a mulher Maristela e seus dois filhos, Zaldo e Nathália. Ele sacou uma arma e atirou na mulher e nas crianças. Maristela faleceu, Zaldo esteve na UTI e teve o lado esquerdo do corpo parcialmente paralisado, Nathália foi atingida no peito mas também sobreviveu.
O fato é que este crime hediondo está há 21 anos para ser julgado! No entanto, a justiça brasileira adiou mais uma vez a audiência, que agora tem data prevista para dia 01 de Junho. É perturbador ver o sofrimento dos irmãos, nada vai trazer de volta o que lhes foi tirado, tiveram um trauma muito grande ainda na infância e tudo o que eles precisam no momento é saber que o "pai" irá pagar pelo ato mostruoso que cometeu. O que não entendo, é como um caso de repercussão nacional, possa ter sido tão desconsiderado na justiça.
Em um dado momento, o pai do assassino fala que a atitude do filho foi justificável e que se José não tivesse assassinado a esposa, certamente não comeria mais em sua mesa. O detalhe: o pai de José é advogado.
Pernambuco sempre se apresentou como um cenário onde a honra estava acima de tudo, lá as coisas são resolvidas por vias extremas, entretanto, devemos observar que estamos no ano de 2010, é imprescindível que o ser humano evolua, estes atos de selvageria e de "lavagem da honra" não devem mais ser tolerados. As vezes me pego a pensar... Estaremos nós, voltando ao paleolítico?