Espiritualidade banalizada


Durante todo o seu tempo de existência, não excluindo os dias de hoje, o ser humano teve necessidade de acolhimento espiritual. A presença de Deus, em suas variadas formas, energias positivas, meditação, entre outras vivências existenciais marcaram o homem, instigaram sua curiosidade e busca por diferentes elementos de luz.
Entretanto, essa sede por descobertas gerou alguns excessos, aproximando as pessoas da alienação. Diante dessa situação, surgiram diversos gurus, guias, mediadores e outras “denominações” que perpetuam pseudo-crenças, com a promessa de conceder paz e fazer com que o indivíduo encontre o autoconhecimento.
Não é difícil receber convites por panfletos ou via e-mail, de encontros promovidos pela “Ordem X”, para saudar a chegada da “primavera estelar” ou invocar o espírito do “Elfo flamejante”. Esses convites evidenciam em seu conteúdo, um valor simbólico para a participação do “irmão”, que pode ser de R$80,00 ou R$200,00, a contribuição vai de acordo com o que o participante sentir no coração (coração capitalista esse hein?). Quem não lembra do pilantra Walter Mercado? Cujo sobrenome denunciava suas reais intenções.
Procurar uma crença alternativa, não é um erro, contudo, deve-se estar atento para não cair na conversa de vigaristas. É preciso ser coerente, buscar um embasamento objetivo e verificar se aquela crença ou teoria, possui relevância de fato.

A difícil integração grupal


Na intenção de proporcionar uma integração homogênea da turma, o professor sempre propôs trabalhos em grupo. Seja pesquisa, resenha, Power point ou o qualquer outra atividade, o mestre considera de suma importância, que seus alunos se integrem, misturando suas culturas, pensamentos, idéias e colocações em um caldeirão onde o prato final pode não sair como manda a receita.
O que não é levado em consideração, é que o desejo da união coletiva, não parte de todos, portanto, existe a obrigação de se estar atrelado a um determinado grupo, sendo ele em sua totalidade, uma mescla de infinitas personalidades, o que pode causar embates por uma série de motivos que eu gostaria de enumerar.
Um fato consistente sobre a atuação grupal é que nem todos demonstram interesse acerca da tarefa proposta, o que gera atitudes como descaso, atuação relapsa, entre outros aspectos.
A responsabilidade infelizmente não é uma qualidade de todos, sendo assim, é comum que um ou mais colegas fiquem sobrecarregados com tarefas que não lhes pertenciam.
Sempre haverá o pró-ativo e o inativo (bem mais comum), que deverão conviver até a conclusão do tão importante trabalho. Devido a essas naturezas diferenciadas, os conflitos vêm a tona, de maneira que cada indivíduo alimenta a ilusão de que pode modificar o outro, ou até mesmo incutir sua opinião na mente alheia.
Nem todo ser humano possui a habilidade de ceder, sendo assim, é possível que ocorra uma tentativa de dominância e manipulação entre os colegas.
Outra questão relevante é: como avaliar o aluno em sua individualidade, quando este está inserido em um grupo? Quais são os quesitos que o professor utiliza para analisar o desempenho, a criatividade e o raciocínio do educando por si só? Acredito que o desenvolvimento pleno do estudante ocorre quando ele se encontra focado individualmente em suas tarefas.
Até hoje, jamais vi um grupo onde a interação se desse de modo eficaz, as atividades são distribuídas igualmente para que sejam geridas por atuações desiguais.
Sei que a reunião com os colegas representa algo importante para a execução de determinado desígnio, mas a cultura apresentada pela sociedade atual, prega a individualidade e todos absorveram esse conceito por completo.
Portanto, antes de se desenvolver trabalhos coletivos, é necessário que o grupo seja imerso em uma abordagem pedagógica que institua sentimentos e atitudes de cooperação, empatia, humildade, participação, etc. Os professores deveriam trabalhar suas turmas e ressaltar esses valores antes de propor a tarefa oficial ao grupo. Os seres humanos necessitam ser preparados psicologicamente para interagirem juntos e essa questão deve ser estudada com mais atenção por parte dos mestres.