Atitudes extremas no trato com animais

Todos que me conhecem sabem do imenso amor que sinto pelos animais, até mesmo minha última postagem fala um pouco a respeito. Entretanto utilizarei esse texto para tratar de um assunto que vem me preocupando um pouco. Freqüentemente recebo mensagens com apelos contra maus tratos a animais, pedidos de adoção, doação de rações e medicamentos, entre outros. Acho bacana divulgar e ajudar da maneira que for possível, só que percebo que diversas pessoas levam a causa ao extremo, alegando dar mais valor a um animal do que a um ser humano. Claro que notícias de maus tratos deixam vários indivíduos indignados, muitos desejam a morte do agressor, quem nunca pensou assim? Só que ao propagar o ódio que se viu protagonizado contra o animal, não seria uma forma de se igualar ao agressor deste? A raiva que se manifestará no coração será a mesma.
Estes dias recebi uma mensagem que me chocou, havia uma foto de uma criança moradora de rua deitada com um cachorro ao relento. A frase dizia: “adote um animal”. Sinceramente achei a postagem de extremo mau gosto, pra não dizer monstruosa. Será que ninguém percebeu que aquele ser humano da foto precisava de ajuda também? Gostaria que o amor aos animais não deixasse as pessoas cegas nem insensíveis aos seus semelhantes. Existem muitas pessoas boas que também merecem atenção.
Há lugar para muitos atos de compaixão neste mundo e todos devem sair beneficiados, tanto seres humanos como animais.

Chapeuzinho vermelho diabólica

Semana passada chegou à mídia uma cena atormentadora. Uma adolescente habitante da Croácia foi até a beira de um rio levando consigo um balde com seis filhotes de cachorro, ela arremessou um a um os filhotes no rio, enquanto era filmada por um amigo.
As imagens perturbam... é como se toda a paisagem, árvores, rio tomassem um ar sombrio. Aquilo tudo incomodou muito, acaba com o dia de qualquer pessoa.
Considero os animais como uma espécie de “termômetro” e a relação que os seres humanos têm com eles geralmente expõe o tipo de índole que possui aquela pessoa.
A postura atual de determinados jovens me assusta, acredito que Deus esteja com um sério problema em sua linha de produção, mais especificamente no departamento de corações para ter de mandar à Terra seres humanos assim.
Parece que tudo perde a importância para os indivíduos cada vez mais cedo. O primordial é ter visibilidade, não importa como. Talvez um dia alguém decida assassinar seus pais e filmar para postar na internet.
Sinceramente não sei até onde isso tudo vai chegar, é deprimente viver em uma sociedade que possui valores corrompidos.
A única coisa que consigo pensar no momento é que o que a menina jogou no rio, não foram cachorrinhos, mas sua alma.

A ignorância do povo brasileiro


É com grande tristeza que posto uma crítica ao povo brasileiro, o Brasil possui uma boa estrutura e poderia sim ser desenvolvido se não fosse a estagnação e falta de interesse de seu povo. Fácil mesmo é culpar os políticos na hora que as coisas não correm bem, sim eles tem sua parcela de culpa, mas e quanto aos “cidadãos”? Patriotismo via osmose não fará este país crescer. Falta responsabilidade, engajamento e instrução para este povo. Citarei um fato real para dar base à minha crítica.
Neste mês fui contratada como recenseadora do IBGE. Não é um mal serviço, apesar de temporário vou ter uma remuneração, nenhum valor exorbitante mas já paga algumas inscrições para concursos e compra de material para estudo.
O que me incomoda não é o fato de as pessoas não se encontrarem presentes, mas sim a ignorância e falta de educação de muitas delas. Ressalto que não é minha intenção generalizar, mas uma boa parte da população não sabe o que é o Censo demográfico e para que serve. No entanto sabem da vida dos personagens da novela das 20:00 e o nome de cada um deles.
Bom, aos mentecaptos que acreditam que o IBGE possui convênio com o Imposto de Renda, podem ficar tranqüilos, o que todos os recenseadores estão cansados de dizer em todos os domicílios é que as informações são sigilosas, serão utilizadas a nível de estatística, porém os incrédulos não sabem o que é estatística.
Estatística é uma pesquisa, no intuito de formular uma base de dados para termos conhecimento do andamento de uma situação. Ex.: Estatísticas mostram que a pobreza está diminuindo no país.
E como chegar até dados como estes, meus queridos noveleiros? Através de questionários que são aplicados à população, no intuito de coletar informações imprescindíveis para nivelar a situação atual. Entretanto, a negação dos moradores a prestar seus dados deixará o resultado final um tanto descaracterizado.
Pense comigo pobre e ingênua nação, o que é um país sem informações primordiais? No mínimo uma grande extensão de terra sem identidade própria. A grande importância da coleta de dados é que a pátria pode se situar e se organizar, tendo a plena certeza de como vai sua população a nível social, econômico (por isso a tão temida pergunta sobre a renda mensal), educacional (que engloba níveis de escolaridade), entre outros aspectos que influenciarão a constituição total do Brasil, sendo de grande relevância o planejamento de políticas públicas, que englobam necessidades primordiais para o desenvolvimento da sociedade. Nestas políticas podemos citar a busca por melhorias no transporte público, projetos de inserção no mercado de trabalho, questões relacionadas à saúde e por aí vai.
Ao contrário do que muitos pensam, o Censo não serve somente para contar quantas pessoas existem no país, vai muito além, mas para que se possa ter um retrato fiel do território nacional, é necessária a colaboração de todas as pessoas. No entanto não é o que acontece pois preferem se negar.
Infelizmente boa parte do povo é alienado, não sabe onde está e mal conhece o funcionamento de determinadas questões. Não adianta colocar a culpa de tudo na escola, pois ela não supre todas as necessidades de um ser humano, a pessoa tem autonomia para buscar conhecimento, portanto, falta de informação é opcional.
É triste perceber que no ano de 2010 ainda existem tantas pessoas arraigadas ao período medieval. Todos a espera do movimento alheio, impotentes perante o próprio ato omisso.